Novo valor representa um aumento de R$ 103 em relação ao piso atual e passa a valer a partir de 1º de janeiro; reajuste segue regra de ganho real acima da inflação.

imagem: Agência Brasil / Arte e Diagramação

O governo federal oficializou o novo valor do salário mínimo, que passará a ser de R$ 1.621 a partir de 1º de janeiro de 2026. O decreto, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi publicado no Diário Oficial da União nesta semana, confirmando um reajuste de aproximadamente 6,8% sobre o piso atual, que é de R$ 1.518. O novo montante começará a ser depositado nos pagamentos realizados a partir de fevereiro.

O cálculo do reajuste segue a atual política de valorização do salário mínimo, que combina a variação da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores. Para 2026, a conta considerou o INPC acumulado em 12 meses até novembro de 2025, que fechou em 4,18%, somado ao ganho real baseado na expansão da economia em 2024. Pela regra do arcabouço fiscal, o aumento real foi limitado ao teto de 2,5%, resultando no valor final de R$ 1.621 após os arredondamentos previstos em lei.

A definição do novo piso é ligeiramente inferior à estimativa inicial de R$ 1.631 apresentada no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) em agosto. A revisão ocorreu porque a inflação medida pelo IBGE no final do ano ficou abaixo das projeções feitas pela equipe econômica meses antes. De acordo com o Ministério do Planejamento e Orçamento, a correção impacta diretamente a vida de cerca de 62 milhões de brasileiros, incluindo trabalhadores do setor privado, aposentados, pensionistas do INSS e beneficiários de programas sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Além do impacto na renda das famílias, o novo valor do salário mínimo tem um efeito em cascata nas contas públicas, já que serve de base para o cálculo de benefícios previdenciários, abono salarial e seguro-desemprego. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) estima que o incremento na economia brasileira com o novo reajuste seja de aproximadamente R$ 81,7 bilhões ao longo do ano. O Orçamento de 2026, aprovado recentemente pelo Congresso Nacional, já prevê as despesas necessárias para sustentar o novo piso dentro das metas fiscais estabelecidas.





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